domingo, 26 de julho de 2020

Ocasião e Circunstâncias



Ocasião, ao lembrar Carlos Reverbel, parafraseando outrem – que respondia algum questionamento embaraçoso, como por exemplo:

- Por que o Sr. não…..?

A resposta:

- Por falta de ocasião!

Circunstâncias surgem da (re)leitura do Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, de Maria Helena Diniz, edição 2003, trecho inicial, antes da centésima página, sobre conduta do ser humano, trabalhando os conceitos de um autor mexicano do início do século XX.

Releitura não seria propriamente, porque o livro foi utilizado na disciplina de Introdução ao Estudo do Direito, não por recomendação expressa da professora, mas como subsídio para provas e trabalhos, tendo em vista que em geral, não anotava quase nada dos conteúdos ministrados.

Um pouco por cansaço, outro pouco por desleixo, e pela questão física de ocupar a última cadeira de uma sala com 85 alunos…

O fundo da sala é uma selva, discussões aguerridas sobre a série C do Campeonato Brasileiro, coisas de suma importância para a formação acadêmica…

Uma hora vou escrever mais sobre a faculdade, ou não…

Pois bem, no devaneio dominical, “deu certo”, combinamos um passeio, saímos com pouco compromisso, sem (mas com) rumo, factível de retorno em um final de semana…

A fronteira Oeste sempre me convida!

E temos essa questão!

Que joga um rio de água fria, gelada, em qualquer plano.

Sobra imaginação, para quem dispõe dela, falta consecução.

A quem desafia o cotidiano, fica a probabilidade real, o aleatório.

Para quem desafiou, restou curar-se ou perecer.

Sobre leituras, lembro charge de Tom Gauld. Retrata uma estante, a cor das lombadas dos livros com legenda, separada por cores: livros que li, que não li, a ler, que fingi ter lido, e assim por diante…

Sobre o Compêndio, ele ficou “para trás” quando observei que a apostila da profe era baseada em um livro dos anos 70, do tempo em que o pai cursou Direito e manteve sob custódia em casa: Bingo!

Agora, a leitura é maçante, mas insisto.

Ninguém falou que seria fácil.

Levei um mês para ‘matar’ um livro de Processo Civil de 500 páginas. Nesse ritmo…

Às vezes, fico 3 dias sem abrir um livro.

Tecnologia tem me enfarado, ontem que rebusquei uns sites e, lendo artigo do El País sobre o disco de Metal mais vendido da história, a tragédia e a sequência da banda, ouvi todo o Back in Black do AC/DC.

Desculpe, tive muito tempo ouvindo música dita nativista e regional.

Escrevendo isso, retomei quase todos os vídeos do Chango Spasiuk, fazia tempos que não ouvia ele, até repassei os álbuns para um pen drive, hora dessas toca, se não houver erro de leitura e uma gloriosa mensagem “no device” aparecer no player.

Ao escrever, refiro que essa madrugada caiu o resto do galpão que havia nos fundos da casa que foi da Vó (a casa foi vendida). Estrondo forte, um tiro, prefiro não estender o tema.

Sobre negações, conceitos e definições, interessante o áudio extraído de um vídeo do Major Olímpio (está no ‘kinder ovo’ do Foro de Teresina 110), citando uma ‘pá’ de termos maçônicos.

Qual a parte da sociedade secreta que essa turma não entendeu?

Fiquei como o título de um disco do Mário Rubens Batanolli (Mano) Lima, “Um Homem Fora de Seu Tempo”.

E lembro que além da existência de grupos de “zap”, o que coloca em dúvida a “secretitude” (sic!, muito sic!, sic mesmo, tá?) dessa organização lendária e secular. Lembro até que o mesmo “Mano” teve fotos de sua iniciação divulgadas na rede.

Citando a Revista Piauí, li um artigaço na edição 164, tendo por título ‘Os Subterrâneos’. Uma verdadeira viagem, para quem está, como disse ao Sr. Darci Leopoldo Uhry essa semana que passou, na “peceva”.

De fungos, a micorrizas, conexões intra arbóreas, a Floresta de Epping, na Inglaterra, território de caça de um Rei no século XII. Graças ao Dr. Google, temos condições de ir até lá, “dar uma espiada, uma abaixadinha” (Opa!, isso é uma letra do Tchan Tchaaann!!).

Da floresta, o autor vai a Chernobyl, ao maior fungo do planeta, com 4 km de largura, no Oregon, se não me engano, à uma ilha no Canal do Panamá, experiências científicas, borbulhas de seiva auscultadas com estetoscópio, experimentos envolvendo abelhas e cidra feita com frutos da famosa macieira de Sir Isaac Newton.

Muito bem, levando a leitura à associação de como alguém provido de muita criatividade assimilaria tal reportagem… E como repassaria a outros interlocutores, naquele ditado do Rillo de quem “conta um conto, acrescenta um ponto.”

Pois sobre destinos, numa saída rápida, sem parada, mantendo os limites de velocidade impostos pela legislação e sinalização de trânsito, estive após 2 anos em Tucunduva. Mauá está fechado e, naturalmente, os outros portos deviam estar abarrotados no final de tarde de sábado ensolarado à beira do Rio Uruguai. Tuparendi não entrei, estava na hora do lusco-fusco, melhor guardar a última imagem, do cumprimento mui cordial de uma moça, não sei se por susto ou troça, quando estive por lá, de bicicleta, no início do ano.

Destino porque a tragédia encampa esse escrevente, com pitadas de melancolia. Em Tucunduva pereceu tragicamente o Legenda, como o Maurício Hermann se refere ao Roque Moos.

Não fale mal do cavalo”, conforme o Maurício, era o mantra que utilizava para se referir à motocicleta. É ela que colocou o ciclista em alguma enrascada, ela vai tirá-lo. Não no caso do Legenda, infelizmente.

Mas o Mauricião citou o ditado como dica para não nos queixarmos do serviço. Sábia dica!

Tudo passa, tudo passará!

Chega mais, Dom Mario: eles passarão, eu passarinho!

E vem, como em outro texto, Yalom.

Deveria gravar os insights, para depois verter ao papel, mas tenho a certeza que causaria espécie, falando de coisas aleatórias, ficaria um caso curioso, e de curioso basta O Curioso Caso de Benjamin Button. Aqui foi mais um parágrafo para a pausa da piadinha super, super engraçada.

Bueno, como amanheci ‘universitário’, Yalom me foi apresentado – e aos outros 84 colegas matriculados na mesma sala; que tinha audiência máxima nos períodos em que as ausências chegavam próximas a 25 %, tendo em vista a frequência de 75 % a ser observada contratualmente pelo aluno - por um professor de Teoria Geral do Processo. Lembro que exercia a magistratura em Santa Rosa e tinha São Jerônimo como cidade natal.

Esse professor, em ímpeto de indignação, certa noite teceu comentário sobre “poder”, em sentido amplo:

- “É como um grande tonel, cheio de excremento...”

Ele não falou o termo excremento, estou normalizando e respeitando a(o) minha(eu) leitora(o).

Outra feita, teceu ilação sobre ‘faz de conta’:

- Eu faço de conta que dou aula;

- Vocês fazem de conta que prestam atenção;

- A Administração faz de conta que está tudo bem.

Na apresentação do escritor em comento, tinha sido lançada a obra “Quando Nietzsche Chorou”, e o professor relatou que não se termina um livro de Yalom da mesma forma como se começou…

Agradeço parapsicologicamente ao maestro, mesmo tendo sido omisso aos conteúdos afeitos à disciplina. Essa parte eu tirei proveito, chegando a memorizar um trecho que diz: “as coisas que você fez o colocaram nisso; as que fizer, poderão tirá-lo disso”.

E voltamos à teoria do Legenda.

Deve ser conhecimento universal, tradição, não pode ser coincidência. Ou talvez circunstância.

Creio que não, não tem lógica.

Lógica que, como brinca o professor Ítalo Romano Eduardo, é como procurar um chapéu preto, num quarto desprovido de iluminação, sabendo que o mesmo não está lá.

Ausência de lógica foi o presente texto, agradecendo a audiência e a paciência, como diria o grande filósofo Fausto Silva, pelo tempo dispendido em sua leitura, e que talvez tenha sido de valia para, pelo menos, preencher as horas de um domingo, ou de outro dia qualquer, nesse inverno pandêmico ou em vindouras épocas. Avante!

P.S.: Inconscientemente, o fecho ficou analogamente parecendo com o presente na obra “Você não merece ser feliz, como conseguir mesmo assim”, do Craque Daniel. Lamento. E ‘até’!

Destaques de Dois Irmãos (MIlton Hatoum)

(...) as palavras parecem esperar a morte e o esquecimento ; permanecem soterradas, petrificadas, em estado latente, para depois, em isen...