SANT’ANA:
(…) Em Capão Novo, uma das nossas praias aqui do litoral norte,
ontem aconteceu o seguinte: o posto de saúde estava fechado e havia
um aviso estampado na porta principal: “Fechado por motivo de
doença”.
(…)
Professor, eu, em Florianópolis, passei por uma funerária, de
automóvel. Na parede do prédio tinha um enorme cartaz que dizia
assim: “Funerária Caminho do Céu”. Então, parei o meu carro,
desci e me aproximei. Um cartaz menor, colado na porta, dizia:
“Fechado por motivo de falecimento do proprietário”.
LAURO
QUADROS: O Sant’Ana tem mania de ler coisas absurdas. Hoje
de manhã ele fez o seguinte: eram 7h25min quando ele entrou no
programa do Rogério Mendelski.
KENNY:
Então, Lauro, tu és um ouvinte fiel do Rogério Mendelski?
LAURO:
É isso mesmo. Eu ouço só para me irritar, o Rogério sabe disso.
SANT’ANA:
Pois o Rogério me disse que assiste ao programa do Lauro na TVCOM, o
Estúdio 36, também para se irritar, pra dormir mal, tudo por puro
masoquismo.
LAURO:
Mas, voltando ao assunto, o Sant’Ana disse assim: “Entrei numa
tabacaria em Turim, na Copa de 1990, comprei uma carteira de cigarros
e, quando fui acender, o meu cigarro, o cara da tabacaria disse:
‘Fumar aqui, não!’ Isso mesmo. O cara falou: ‘Vetato fumare’.”
Isso é inacreditável! Mas inacreditável mesmo foi o que eu vi aqui
em porto Alegre. Um cara foi na farmácia, comprou uma
camisinha-de-vênus e queria experimentá-la dentro da farmácia.
RUY:
Acredite se quiser…
SANT’ANA:
Eu contei que um motorista na estrada de Florianópolis fazia
sinais. Seu caminhão estava parado no acostamento e ele parecia
desesperado. Na parte traseira existia um letreiro grande com os
seguintes dizeres: “Cuidado! Inflamável! Óleo diesel.” Então,
eu parei meu carro e fui lá falar com o motorista.
-
O que é que houve, meu filho? Por que estás parado na estrada?
-
Faltou óleo diesel, meu senhor… (Risadas do grupo do Sala.)
Em
Passo Fundo, entrei numa churrascaria enorme, parecia a churrascaria
Mosqueteiro ou quem sabe a Nova Bréscia. Na parede, um enorme
cartaz, havia um conselho da secretaria da saúde que dizia: “Não
comas carne vermelha. Faz mal à saúde”. Isso
é uma coisa inacreditááávelll!
Finalmente,
em Sapucaia, na porta de um banco existia um cartaz que dizia assim:
“Este banco não se responsabiliza pelos valores aqui depositados”.
(Risadas gerais.)
E
Sant’Ana gritava: É inacreditááávelll!
LAURO:
Nas garagens aqui de porto Alegre, têm enormes letreiros dizendo que
não se responsabilizam pelos automóveis lá guardados.
SANT’ANA:
Não ouvi toda a história, mas parece que o Rogério Mendelski
contou que em Lisboa o presídio fica na rua da Liberdade. E parece
que lá existe um parque onde todo mundo faz cooper,
caminham na mais plena liberdade, todo mundo muito alegre, e o parque
se chama Parque da Opressão.
RUY:
Pois em Lisboa, numa praça, existia o seguinte aviso: “Não pise
na grama. Se não souber ler, pergunte ao guarda”.
KENNY:
Mas isso aí que o Rogério falou não é inédito. O presídio mais
temível e terrível da ditadura uruguaia, onde todas as pessoas que
eram contra o regime eram massacradas, esse presídio se chamava
Libertad.
LAURO:
E o caminho certo para o hotel São Domingos, no Recife, onde se
hospedava a Seleção Brasileira do João Saldanha, o caminho certo
era a Rua do Hospício.
RUY:
Outro dia, eu fui estacionar meu carro numa garagem aqui, bem próximo
da Zero Hora.
Dirigindo-me para a rádio, caminhando, vi o primeiro, o segundo e o
terceiro carros, todos com seus vidros quebrados para levarem os
rádios e toca-fitas.
SANT’ANA:
Professor, agora vou lhe contar o que aconteceu naquele
estacionamento que fica na rua Zero Hora, passando as oficinas. Eram
20h01min. Eu e mais 12 pessoas fomos buscar nossos carros nesse
estacionamento. Pasmem! O
portão do estacionamento estava fechado com um baita cadeado. O
funcionário tem ordem expressa de fechar às oito horas em ponto,
por causa da falta de segurança. Mas eu fico até as três horas da
manhã escrevendo. E então? Pois, voltando ao assunto, o
guarda do estacionamento puxou um gigantesco molho de chaves com 48
chaves, experimentou uma por uma, e nós ali aguardando. Sabem o que
aconteceu? Nenhuma das chaves abria o cadeado. Inacreditááávelll!
Fonte:
Coiro, José/Grabauska, Cléber. Sala de redação: a divina comédia
do futebol. Porto Alegre: L&PM, 1998, p. 37/40.
Capa:
Ivan Pinheiro Machado sobre ilustração de Edgar Vasques