sábado, 30 de junho de 2018

Duas do Sadi



Repontando a memória, duas tiradas do colega de “chão de fábrica” na Indústria de Pelegos Índio Guarani, em Guarani das Missões (RS), pelos idos de 2000.

Sadi e o Padre
Iniciando as inscrições para “Curso” de Noivado, está lá o Sadi com sua futura esposa, tranquilo na sua morenice em meio a “polacada”, sempre de sorriso franco, para usar o ‘lugar comum’ das nossas expressões idiomáticas...
Padre novo na Paróquia, se desdobrando com os sobrenomes do pessoal...
Woichechóswki, Andrejévski, Warpechóski e daí pra diante... Assim... Foneticamente falando ou melhor, escrevendo; não me peçam pra escrever corretamente. Até desafiei uma colega do serviço se ela conseguia escrever corretamente um sobrenome de família oriunda dessa cidade. Confiante ela topou, mas o melhor foi ver a confiança com que escreveu o nome com as consoantes todas invertidas, faltando “y”; “k” e “w” fora de ordem, mas isso já é outro “cuento”...
Voltamos ao nosso personagem, e ao Padre, que à essa altura, escrevia sofridamente no caderninho o nome dos futuros noivos, pedindo sempre que soletrassem o sobrenome.
Diante a pergunta do nome e sobrenome, o Sadi não “se sofreu”:
- Pois faça o favor, padre, anote aí meu Sobrenome:
- S – A – N – T – O – S. Sadi Santos.
Pra quê!...
 O Sadi teve que virar pro lado e conter a gargalhada ao ver o Padre se transfigurar pra um misto de cansaço e surpresa diante a tirada do grande Sadi!

Sadi e o Partido dos Trabalhadores
Contavam que o pessoal da indústria, afiliados ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e seus familiares apoiaram a eleição do colega Paulo Lisyk à Câmara Municipal. O Paulo seguiu na política, trabalhando no curtume, sincronizado com uma das máquinas “brilhadeiras”, dando acabamento às peles, e também popularizando a produção da bebida típica “Mentufka”.
Mas vai que um belo dia o Fortunatti se desfilia do PT e resolve ingressar no PDT. Quem seguia o Fortunatti, também seguiu esse rumo, mas aí o Edil tinha a missão árdua de convencer sua base eleitoral à acompanhá-lo em tal mudança de sigla partidária. Mais, que continuasse fiel e garantindo votos para a próxima eleição, que já não estava muito distante.
O Paulo chega pro Sadi, pra desfiar o “verbo” e convencê-lo:
- Tu vê, Sadi, agora que o “Fortuna” foi pro partido do “Tio Briza”, nós temos que fazer o mesmo...
O Sadi nem se ressentiu, lascou sem se alterar, falando manso e calmo:
- Não Paulo... tu me “ensinou” a ser PT, e eu vou continuar a ser “PT”...
Um cara muito franco e gente boa o Sadi!  

Quatro Coisas ao Alcance (Paulinho Pires)


"Tenho quatro coisas ao meu alcance: 
Saúde;
Liberdade;
Ambiente para Trabalhar, e um
Canto para voltar."

Paulinho Pires


Acesso: 18.03.2017

Os 10 Mandamentos de Thomas Jefferson

1 - Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.
2 - Não peça ajuda de outros no que pode fazer por si mesmo.
3 - Não compre coisas inúteis sob pretexto de que são baratas.
4 - Não sejas vaidoso nem orgulhoso, pois o orgulho e a vaidade custam mais do que a fome, a sede e o frio.
5 - Não se arrependa de ter comido pouco.
6 - Não gaste seu dinheiro antes de ganhá-lo.
7 - Pratique suas ações de boa vontade e nunca se cansarás.
8 - Não tenha ansiedade pois não sabemos o que o futuro nos reserva. As desgraças que mais tememos são, em geral, as que nunca se realizam.
9 - Medite todas as coisas sob um ponto de vista favorável.
10 - Quando estiveres contrariado, conte até dez, antes de proferir qualquer palavra e conte até cem se estiver com raiva.

Mac Arthur e o Ideal


"Os anos enrugam o rosto, renunciar ao ideal enruga a alma." (Douglas Mac Arthur)

Reflexão (Paulo Motta)

Dia desses alguém perguntou o que eu gostaria de ouvir no meu velório.

Sem pestanejar, respondi:

- Olha, ele está se mexendo!

Paulo Motta, jornalista

Seu Benoni e a Guerra contra a Pobreza


Boazinha do Seu Benoni na Rádio Sepé 540 AM, programa de 18/10/2016:

- Sabe quem vai ganhar a guerra contra a pobreza?

A locutora Fabiane:

- Quem?

- O rico. Já viu pobre ganhar alguma coisa???

Oigalê Rio Grande Velho!

Não se esqueça... (Carlos Torres Pastorino)


Não se esqueça de que, qualquer que seja sua posição na vida, há sempre dois níveis a observar: os que estão acima e os que estão abaixo de você.

Procure colocar-se algumas vezes na posição de seus chefes; e outras vezes na posição de seus subordinados.

Assim você poderá compreender ao vivo os problemas que surgem dos dois lados.

E, desta forma, poderá ajudar melhor a uns e a outros.


Não se Exalte


NÃO se exalte, não se irrite, não discuta...
A mansidão e a serenidade conquistam os corações e representam a felicidade.
Ninguém resiste a uma pessoa calma e serena, e esta pode resistir a todos.
Não há força que derrube a mansidão, e nada é empecilho para ela.
Os mansos e serenos conseguem tudo o que desejam na terra, com a vantagem de jamais estragarem sua saúde tão preciosa.

Disponível em: APP “Sabedoria” http://goo.gl/ONTbi
Acesso: 29.09.2016

Calma

"Fazer as coisas com calma, paciência e discrição."

O Preço da Mulher - Jack Reacher (Tom Cruise)

"Mulheres baratas costumam sair bem caro."



Diálogo de Jack Reacher (Tom Cruise) com Sandy, no filme Jack Reacher, O Último Tiro.
Crédito foto: https://tinsel.tv/jack-reacher-stills/jack-reacher-6/

Mediocridade (Joseph Heller)

 "Alguns homens nascem medíocres, outros conquistam a mediocridade e alguns homens têm a mediocridade imposta a eles".

Joseph Heller, no livro Ardil 22.

Dedicação e Comprometimento (Aragonê Fernandes)



"Independentemente do cargo que se ocupa, demonstrar compromisso é essencial. Não se deve usar os cargos como um mero instrumento para subir na vida. Devemos valorizar e dar o melhor de nós em cada etapa". Além disso, serenidade e inteligência emocional são fundamentais. O estudo deve ser visto como uma ferramenta temporária para que a gente alcance objetivos perenes".

Aragonê Fernandes, de 36 anos, que atualmente ocupa o cargo de juiz substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), já passou em 10 concursos. Foto: Arquivo pessoal

Acesso: 01/04/2016

Ditado do Aproveitador

"Ninguém compra uma vaca se pode tirar o leite de graça."


O Valor das Coisas (Luiz Coronel)

O valor das coisas é a afeição que se tem por elas. 

Quem não sabe disso compra tudo, mas nunca tem nada.


Fonte: Luiz Coronel, O Cachorro Azul, p. 121

Homens (José Luiz Prévidi)



Tempos difíceis criam homens fortes.
Homens fortes criam tempos fáceis.
Tempos fáceis criam homens fracos.
Homens fracos criam tempos difíceis.

Acesso: 23.03 2018

Bela parábola. Tudo parecidinho com o que ocorre nalguns lugares no setor público



"Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho.

A formiga era produtiva e feliz.

O gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.

A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga. Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.

O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!

O marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial... A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada,

A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo, que era preciso fazer uma pesquisa de clima. Mas, o marimbondo, ao rever as finanças, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía: Há muita gente nesta empresa!

E adivinha quem o marimbondo mandou demitir?

A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida."

Autor desconhecido


Acesso: 30.06.2018

O tempo e o vento - 9 notas


1 - A nossa moralidade é quase toda feita de medo.

2 - Fale-se no mau e apronte-se o pau.

3 - Todos nós, em maior ou menor grau, somos uns farsantes, uns dissimuladores. Procuramos mostrar ao mundo as nossas mais belas máscaras, em vez da nossa face natural.

4 - (...)quem fala a verdade não merece castigo, e mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.

5 - Porque o amor está mais perto do ódio do que a gente realmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença...

6 - Precisamos aprender a viver melhor com nossas próprias contradições, com as dos outros e com as da vida.

7 - A neutralidade é impossível.

8 - Se a transação lhe for financeiramente vantajosa, o homem de negócios será capaz defender ao pior inimigo a arma com que este amanhã o poderá matar.

9 - Em certos momentos, chegamos a ter até um certo orgulho de nossas tristezas e infelicidades, e usamos essas "desgraças" para comover os outros e arrancar deles piedade ou amor.

1 O Arquipélago V. III, O cavalo e o Obelisco, cap 9
2 O Arquipélago V. III, O cavalo e o obelisco, cap. 16
3 O Arquipélago V. III, Caderno de pauta simples, cap. 1
4 O Arquipélago V. III, Caderno de pauta simples, cap. 5
5 Encruzilhada, 17, p. 436
6/8 O Arquipélago V. III, Caderno de pauta simples, p. 305
 9 O Arquipélago V. III, Do diário de Sílvia, p. 310
Fonte: Verissimo, Erico, 1905-1975. O tempo e o vento. Companhia das Letras, 2004





A Arte de Conviver com as Diferenças (Kélen Kosloski)


A Arte de Conviver com as Diferenças
 Kélen Kosloski
O ambiente de trabalho é onde as pessoas passam a maior parte do seu dia e, geralmente, não cabe a nós a escolha com quem iremos trabalhar. Cada ser humano é único, com emoções, histórias, experiências e modelos sociais que influenciam a sua maneira de ser e de viver.
Sendo assim, precisamos aprender a conviver com os diferentes comportamentos, tipos de humor, ideologias, formas de comunicação, ritmos de trabalho, e muitas outras características que cada pessoa possui. Construir e manter bons relacionamentos não é apenas importante para a convivência entre colegas, mas em muitos casos pode contribuir significativamente para a sua permanência no emprego.
Na prática, não se espera que todos gostem de todos. Relacionamento interpessoal não é necessariamente amizade, e manter uma relação cordial com os demais membros da equipe é fundamental para não colocar em risco o clima e a produtividade organizacional. Conviver com as diferenças é um exercício a ser praticado diariamente e que exige habilidades como paciência, flexibilidade, humildade e, acima de tudo, respeito. Conflitos e desafetos existem em todos os lugares, porém não devem prejudicar o relacionamento profissional dos indivíduos.
Quando se trata de relações humanas é imprescindível sempre pensar antes de agir. Lembre-se que o fato de sentir-se incomodado com alguém diz mais sobre você do que sobre o outro.
Reflita se há alguma coisa que você pode fazer ou mudar em si mesmo para contornar a situação. Desenvolva-se enquanto pessoa e enquanto profissional e busque conviver mais com aqueles que você costuma ter resistência. Essa atitude ajuda a enxergar traços de personalidade às vezes invisíveis e, consequentemente, a entender determinados hábitos e atitudes dos outros. Invista tempo e disposição para aprender a conhecer os colegas. Num momento de conflito, esse conhecimento poderá auxiliar no entendimento do que pode estar por trás de determinadas ações e a escolher a melhor maneira de agir.
Sabemos que cada conflito em que nos envolvemos deve ser resolvido o mais breve possível para evitar maiores prejuízos, tanto para as pessoas quanto para a organização. E, independentemente dos motivos e particularidades de cada situação, nunca devemos levar a questão para o lado pessoal. Conversar pessoalmente e objetivamente com as pessoas envolvidas ajudará na reflexão do que isso está representando no dia a dia do trabalho e nas possíveis atitudes que poderão ser tomadas para resolver os problemas ou, pelo menos, para minimizar os danos.
Saber lidar com pessoas diferentes de nós é um desafio constante e fundamental para o crescimento de qualquer profissional. Os relacionamentos interpessoais possuem uma imensa complexidade, o que justifica o fato de as pessoas estarem buscando, cada vez mais, desenvolverem essa habilidade. Além disso, a qualidade das nossas relações influencia diretamente em nossa saúde física, mental e emocional. Não existe uma receita pronta para se relacionar com os outros, mas podemos melhorar a qualidade dos nossos relacionamentos através, principalmente, do autoconhecimento, da maturidade emocional e da capacidade de compreender e ser compreendido. As diferenças entre as pessoas existem e sempre existirão, e uma boa equipe de trabalho é composta por membros diferentes que se complementam para alcançar objetivos maiores.

Kélen Kosloski é proprietária da empresa Prospere

Acesso: 30/06/2018

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Pollyana Moça – Duas Notas (Eleanor H. Porter)



Existe tanta coisa incerta e é muito divertido a gente querer coisas e depois esperar que elas venham. Viver sabendo que a gente vai conseguir tudo o que deseja é tão monótono! (p. 136)

As pessoas não gostam de ouvir sermões (...) (p. 141)

Fonte: Pollyanna moça / Eleanor H. Porter. 2 ed. São Paulo: Martin Claret, 2008. Coleção a obra-prima de cada autor, 273.

domingo, 24 de junho de 2018

A’ MARGEM DO REGIONALISMO – JOÃO PINTO DA SILVA¹


O nosso regionalismo é fértil em conteurs e paizagistas. Seus reflectores fócam os assumptos, parcel’.adamente, por zonas, em episodios avulsos e fragmentarios. Ha situações e typos que se repetem, com frequencia. Pouco differem, de um livro a outro livro, os scenarios, a mise-en-scéne. E’ indisfarçavel, por isso mesmo, a monotonia que, ás vezes, de muitas de suas melhores paginas se evola.
Esse perpassar de identicos truques, em torno de personagens que quasi nada variam, dá, afinal, a impressão falsa de que o Rio Grande é pobre de aspectos physicos e moraes. Falta-nos, em verdade, um romance, uma novella, pelo menos, que apanhe, por exemplo, no seu raio de acção, mediante opportuna série de paineis retrospectivos, as varias faces da evolução da nossa vida rural, a physionomia typica do periodo de transição que atravessamos, iniciado logo após a revolução de 1893.
A fixação esthetica, - indirecta, portanto, - deste instante historico especial, de tão radicaes transformações, mostrar-nos-ia não gaúchos mais ou menos phantasmaticos e sim homens vivos, criaturas que a civilização mechanica tentou eliminar ou pôr á margem, sem o conseguir; porque o gaúcho se converteu, graças a um phenomeno surprehendente de plasticidade mental, em instrumento dynamico de progresso.
Certos autores, daqui e do Prata, descrevem o gaúcho á semelhança de materia inorganica, inassimilavel. E’ um erro, oriundo da contemplação excessiva do passado. Contra isso impõe-se um movimento de reacção. Há os inadaptaveis, certamente, mas esses são diminuta minoria.
O que o homem dos nossos campos, tanto o estancieiro quanto o mais humilde trabalhador rural, offerece de impressionante a qualquer observador meticuloso, é justamente a sua capacidade de renovação, a presteza da sua activa e intelligente adaptação ás exigencias novas da vida.
Poucas industrias já soffreram, aqui, tão largas modificações como a pastoril. Sob a suggestão do exemplo de dois ou tres extrangeiros corajosos, fizeram-se os gaúchos, elles proprios, sem relutancia, orgãos propulsores da implantação de todos os methodos modernos de criação e pastoreio.
Affeitos á evocação do gaúcho anterior á estrada de ferro, ao Ford e á introducção do Hereford e do Durban, para a cruza dos rebanhos creoulos, não comprehendemos, por via de regra, a mutação. E só vislumbramos destroços, precisamente onde se forjam e articulam os materiaes do nosso rejuvenescimento.
O homem que alguns dos nossos regionalistas surprehendem, decepcionados, no interior, a guiar, com pericia, um automovel, a marcar o gado com o auxilio do bréte, a estabular reproductores de puro sangue, a expedir novilhos, tranquillamente, em vagões ferro-viarios, para as xarqueadas e os frigorificos, está por certo bem longe do typo lendario que a imaginação delles, imaginação poetica e, em geral, livresca, idealizava.
Póde não ser o seu gaúcho, mas é o gaúcho, com as linhas psychologicas raciaes intactas.
Não é o xiripá, não é a indumentaria o essencial á sua caracterização, como o não é, tampouco, o modo exterior de se conduzir na vida, que perdeu em theatralidade o que ganhou em efficiencia.
Vestido á européa, a pé ou a cavallo; derrubando touros ou extendendo aramados; ouvindo as operas do Colon, de Buenos Aires, por intermedio do radio, em vez da ancestral cordiona, o que dá physionomia historica ao gaúcho, o seu vinco de differenciação, em summa, é a franqueza, nas attitudes e nas palavras; o narcisismo; a bravura quichotesca; a instantaneidade impulsiva das resoluções; a vehemente vocação cívica; a altaneria; o bom humor, mesclado a irreprimiveis explosões sentimentaes e fatalistas.
Taes virtudes e defeitos constituem o fundo permanente, immutavel, do seu caracter. Por isso, não variam com as condições materiaes, ou moraes, de vida. Exprimem uma postura ideal e typica de alma. São os traços distinctivos da estirpe.
Esses defeitos e virtudes identificam, soldam, espiritualmente atraves do tempo, o gaúcho de hontem ao de hoje.
Acóde-me, a proposito, á lembrança, o caso de Frederico de Ahumada, o Zogoibi, do admiravel romance do sr. Enrique Larreta. E’ um gaúcho europeizado, quasi deslocado no pago, depois das suas viagens e aventuras. No entanto, por debaixo daquelle verniz parisiense, o que lateja são as qualidades positivas e negativas da raça, o instincto especifico da grei.
Confrontemol-o, por exemplo, com o D. Segundo Sombra, de Ricardo Güiraldes. Fica este, por certo, muito mais proximo, apparentemente, das nossas fontes originarias. E’ um ser quasi primitivo, na sua vivacidade elementar, agitando-se num ambiente agreste.
Será um neto de Martin Fierro? não o será, antes, de Viscacha?
Talvez de ambos...
Examinem-se-lhe detidamente, entretanto, os actos e as intenções. Ver-se-á, no intimo, que é um typo convencional. Nada obstante as exterioridades circumstanciaes e as preocupações symbolicas, é bem menos expressivo do Pampa do que o heróe semi-desenraizado de Zogoibi.
Não é um gaúcho, rigorosamente, mas um moujik.
Acompanhae-o nas suas sentenças e attitudes, no mysterio das suas origens e propositos. No fundo, é mystico e melancholico. E’ uma personagem de Gorki, extraviada no Pampa.
Vêde! E’ Konovalov a cavallo...
¹ Grafia original.
Fonte: O Rio Grande do Sul em Revista, p. 115. OF. GRAF. DA LIVRARIA DO GLOBO. Porto Alegre: 1930.

sábado, 2 de junho de 2018

Pollyanna (Parágrafo-Resumo) Eleanor H. Porter

O que homens e mulheres precisam é de encorajamento. Os poderes naturais de resistência devem ser fortalecidos, não enfraquecidos... em vez de sempre falar dos erros de um homem, fale a ele sobre suas virtudes. Tente retirá-lo dos maus hábitos. Mostre-lhe a melhor parte de seu ser, do seu ser verdadeiro que pode ousar e vencer. A influência de um caráter belo, prestativo e cheio de esperança é contagiosa, e pode revolucionar uma cidade inteira... As pessoas irradiam o que vai em sua mente e em seu coração. Se um homem sente bondade e compromisso, seus vizinhos irão sentir-se dessa forma também, depois de algum tempo. Mas se ele repreende, olha de cara feia e critica, seus vizinhos irão desenvolver caretas e críticas... com juros. Quando se espera o pior, a gente consegue. Quando sabemos que iremos encontrar o bem... é o que encontramos...
Fonte: Porter, Eleanor H., 1868-1920. Pollyanna; tradução Luiz Fernando Martins - 4 ed. - São Paulo: Martin Claret, 2013. (Coleção A Obra-Prima de Cada Autor, 264), p. 138

Destaques de Dois Irmãos (MIlton Hatoum)

(...) as palavras parecem esperar a morte e o esquecimento ; permanecem soterradas, petrificadas, em estado latente, para depois, em isen...