A mão trigueira deste índio
que por vezes te castiga,
é a mesma que ora te amima,
moldando firme estas pilchas
nos corredores da rima.
Sei que maldizem, meu flete,
domado por estes pulsos,
o teu mau trote, porém,
num arco de pata e rédea
não se olha o trote que tem!
Tilinta no estribo a espora,
meu tostado atira o freio,
atira o freio e relincha,
porque, como eu, vai pensando
no abrigo daquela quincha...
Sobre a tábua do pescoço
passo o rebenque leviano
que é de cacho de coqueiro,
sonhando com uma guerrilha
que terminou em entrevero.
Distraído, puo o naco
que arranca e por certo estranha
o gesto do seu senhor,
porque ele tem mais que a gente
consciência do seu valor.
Sargento é o nome que tem.
Na verdade o posto é baixo,
se eu fosse, amigo, afinal,
graduar no posto a bondade
meu flete era marechal!
Não te graduo no posto
mas te promovem na fama!
que entre os bons teu nome prima!
E eu dia a dia te dou
mais altos galões de estima.
(Zeca Blau, Poncho e Pala, Sulina, 1966)
(Zeca Blau, Poncho e Pala, Sulina, 1966)
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