Ao falar sobre os quatro tipos de gaúcho que identifica, Sarmiento dá a entender que alguns deles merecem respeito por parte das pessoas “civilizadas” das cidades.
Rastreador: “extraordinário”, o “mais conspícuo” de todos os gaúchos. Seus olhos conseguem detectar os traços “imperceptíveis” deixados por ladrões em qualquer tipo de superfície.
Cantor: é um bardo, um trovador da Idade Média. A lavra poética do bardo é indispensável para o registro da semovente história oral. Os “cantores” poetizam sobre “os confrontos das cidades e o feudalismo dos campos”.
Vaqueano: categoria dos gaúchos em quem não se podia confiar inteiramente, porque ele nem sempre era cumpridor de seus “deveres”. No entanto, reconhece que o vaqueano é “o único mapa que um general lava para guiar seus movimentos em uma campanha; a sorte de um exército, o sucesso em uma batalha, a conquista de uma província, tudo depende dele”.
Malo: o pior tipo de criminoso. Era um “fora da lei”, o “intruso”, o “misantropo”. O gaúcho malo vivia à parte da sociedade. Não respeitava leis e tinha aversão inerente à população branca majoritária. Sarmiento descreve os malos como fumantes e beberrões que capturavam o coração das jovens, devolvendo-as aos camponeses, seus pais, pouco antes do fim de uma festa ou outras reuniões do tipo.
(Adaptado)
Capa:
David
Amiel
sobre
pintura de Giuseppe Garibaldi a cavalo, óleo sobre tela de Filippo
Palizzi, 1851, e mapa da América do Sul por Jeremiah Greenleaf, 1840
Fonte: Carta, Gianni. Garibaldi na América do Sul: o mito do gaúcho. Tradução: Flávio Aguiar e Magda Lopes. 1ª de. São Paulo, Boitempo, 2013, ebook.
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