Luiz Coronel
1 – Quando as mulheres falam
baixo e os homens dão gargalhadas, esteja certo, existem vítimas.
2 – Os problemas da velhice
são três. O primeiro é a falta de memória. Os outros dois, me esqueci.
3 – Amor, se for pra valer,
dispensa um copo de uísque antes, mas nunca um copo depois.
4 – As mulheres me dão duas
grandes alegrias. Quando dizem sim. E quando dizem não. Como ultimamente elas
têm dito muito não, estou me sentindo muito feliz.
5 – Cidade do interior parece
véspera de nada e ressaca de coisa nenhuma. Mas é aí que acontecem as mais
pungentes tragédias.
6 – Tramandaí é Canoas com
água salgada.
7 – A mãe d’água é o lenço
dos fantasmas.
8 – O Brasil é um país com
8.516 quilômetros de costas para seus problemas.
9 – As mulheres são
aparentemente frágeis e desatentas. Em realidade, são objetivas e obstinadas.
Mais cedo ou mais tarde elas assumem 51% de nossas ações. Em qualquer
relacionamento.
10 – No amor se entra de biga
e se sai de maca.
11 – O neoliberalismo é uma
velha senhora dançando rock and roll.
12 – No amor ninguém sobe ao
pódio. O máximo que se consegue é bebericar uns goles de champanhe, de carona.
13 – Dizer que não há mais
esquerda e direita, em política, é a mesma coisa que desejar parar o tempo
tirando os ponteiros do relógio.
14 – A paixão é um incêndio
na fábrica de fogos de artifício, a paixão é um balé à beira do precipício.
15 – No Rio de Janeiro, se
passar uma banda pelo velório, o morto queda sozinho, tocando flauta nas velas.
16 – A TV é o Poliphemo da
Ilíada. Um olho único num corpo disforme, colocado ao fundo da caverna hipnotizando
os ingressados.
17 – A TV é um palco onde o
desembaraço substitui o talento.
18 – Quando as mulheres
decidem, podem os deuses muito pouco.
19 – A letra K é uma
bailarina de can-can, e as ombreiras são pastéis de lã.
20 – O vinho libera oradores,
a vodka cria filósofos, o champanhe cria seres amorosos. É o vinho da loucura.
21 – Mulher ou índio quando
se pintam querem dança ou querem guerra.
22 – O que derruba as cercas
de pedras não são os séculos. São os trovões.
23 – Velho vira barômetro ou
cupido. Fala só de casamento e das chuvas.
24 – O que define um grã-fino
não é seu extrato de conta. É sua aparência de recém-saído do banho.
25 – Tenho mais pena das
virgens que dos cegos. Muitos cegos já viram o céu nas sensações.
Fonte: Jornal Zero Hora,
Almanaque Gaúcho, 27/08/2000
Nenhum comentário:
Postar um comentário