terça-feira, 16 de maio de 2017

Coronel, o Pensador


Luiz Coronel

1 – Quando as mulheres falam baixo e os homens dão gargalhadas, esteja certo, existem vítimas.

2 – Os problemas da velhice são três. O primeiro é a falta de memória. Os outros dois, me esqueci.

3 – Amor, se for pra valer, dispensa um copo de uísque antes, mas nunca um copo depois.

4 – As mulheres me dão duas grandes alegrias. Quando dizem sim. E quando dizem não. Como ultimamente elas têm dito muito não, estou me sentindo muito feliz.

5 – Cidade do interior parece véspera de nada e ressaca de coisa nenhuma. Mas é aí que acontecem as mais pungentes tragédias.

6 – Tramandaí é Canoas com água salgada.

7 – A mãe d’água é o lenço dos fantasmas.

8 – O Brasil é um país com 8.516 quilômetros de costas para seus problemas.

9 – As mulheres são aparentemente frágeis e desatentas. Em realidade, são objetivas e obstinadas. Mais cedo ou mais tarde elas assumem 51% de nossas ações. Em qualquer relacionamento.

10 – No amor se entra de biga e se sai de maca.

11 – O neoliberalismo é uma velha senhora dançando rock and roll.

12 – No amor ninguém sobe ao pódio. O máximo que se consegue é bebericar uns goles de champanhe, de carona.

13 – Dizer que não há mais esquerda e direita, em política, é a mesma coisa que desejar parar o tempo tirando os ponteiros do relógio.

14 – A paixão é um incêndio na fábrica de fogos de artifício, a paixão é um balé à beira do precipício.

15 – No Rio de Janeiro, se passar uma banda pelo velório, o morto queda sozinho, tocando flauta nas velas.

16 – A TV é o Poliphemo da Ilíada. Um olho único num corpo disforme, colocado ao fundo da caverna hipnotizando os ingressados.

17 – A TV é um palco onde o desembaraço substitui o talento.

18 – Quando as mulheres decidem, podem os deuses muito pouco.

19 – A letra K é uma bailarina de can-can, e as ombreiras são pastéis de lã.

20 – O vinho libera oradores, a vodka cria filósofos, o champanhe cria seres amorosos. É o vinho da loucura.

21 – Mulher ou índio quando se pintam querem dança ou querem guerra.

22 – O que derruba as cercas de pedras não são os séculos. São os trovões.

23 – Velho vira barômetro ou cupido. Fala só de casamento e das chuvas.

24 – O que define um grã-fino não é seu extrato de conta. É sua aparência de recém-saído do banho.

25 – Tenho mais pena das virgens que dos cegos. Muitos cegos já viram o céu nas sensações.

Fonte: Jornal Zero Hora, Almanaque Gaúcho, 27/08/2000

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