terça-feira, 13 de junho de 2017

Fazenda Santo Inácio - Poema ( José “Ramão” de Freitas Saratt)


Quem não conhece, ó gaúcho
Campos mesmo de luxo
Que nem macega têm
Faço estes versos sem medo
Em homenagem ao gaúcho Sezefredo
Dos campos do Itaroquém

Sua Fazenda tinha vida
Hoje como despedida
Abandonada, sem ninguém...
O campo grande não existe
Tudo é potreiro triste
Até macega hoje tem

Quem passa no corredor
Não sabe explicar quanta dor
Que sente no coração...
Ao olhar a velha Fazenda
Onde moravam muitos parentes
Bonitos como o verão

Minha tristeza é tão grande
E a dor em mim se expande
Que nem posso escrever mais...
Fazenda velha amiga
Que já é bastante antiga
E o dono não existe mais

A casa branca coberta de zinco
Passo noites afinco
Não existe mais solidão
Galpões e parapeitos
Com capricho foram feitos
Por ordem do Gauchão

Se o patrão velho de cima
Me desse o poder da rima
Pra dizer o que sinto...
Sinto um nó na garganta
Meus olhos não se levantam
É vontade de chorar, não minto

Casa velha hoje tapera
Não sei o que te espera
Pois a vida é mesmo má...
Conserva-te assim erguida
Aguenta os golpes da vida
Às vezes passo por lá...

Nas noites claras de lua
Quando a saudade acentua
Tua imagem resplandece
Parece chorar de tristeza
Maldizendo a natureza
Do teu dono não esquece

Do zinco da casa
Como também do galpão
Caem gotas de orvalho...
São lágrimas de choros tantos
Conserva-se sempre em prantos
Sua alma já é retalho.

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