segunda-feira, 6 de setembro de 2021

No Parque (Zeca Blau)


Silêncio e solidão. Mas que tumulto

De relembranças minha mente invade!

- Centralizando anseios o teu vulto

Na divina moldura da saudade…


Deus te mandou para trazer-me o indulto

De mágoa e penas. E saber quem há de,

Se, embora tarde, vieste a ser o culto

De um pouco ao menos de felicidade!


Ando no parque e, só, então, me atrevo

Dizer teu nome, como se rezasse,

Nesse instante de sonho e doce enlevo…


Retardo os passos… Entreparo. Quedo.

Como, querida, se contigo andasse

Nos tapetes de sombra do arvoredo!



Fonte: Blau, Zeca. Horas do meu ocaso. Edição Sulina, 1968, p. 96

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