segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Suave Presença (Zeca Blau)

 

Vi-te. Falei-te. E, só, então, contigo

É que eu concebo inéditos momentos.

Vão-se-me as mágoas e aborrecimentos

E até a tristeza dissipar consigo.


Tua ternura é o meu mais doce abrigo.

És a moldura dos meus pensamentos.

Ah! como os dias sem ti se tornam lentos

Sem o quarenta e seis, meu teto amigo!


Longe e constantemente ainda te vejo

Ouvindo a meiga musical balada

Da surdina discreta do teu beijo.


E o meu mundo interior todo se agita

Na ilusão de sentir-te recostada

No velho peito que por ti palpita.



Fonte: Blau, Zeca. Horas do meu ocaso. Edição Sulina, 1968, p. 95

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