Vi-te. Falei-te. E, só, então, contigo
É que eu concebo inéditos momentos.
Vão-se-me as mágoas e aborrecimentos
E até a tristeza dissipar consigo.
Tua ternura é o meu mais doce abrigo.
És a moldura dos meus pensamentos.
Ah! como os dias sem ti se tornam lentos
Sem o quarenta e seis, meu teto amigo!
Longe e constantemente ainda te vejo
Ouvindo a meiga musical balada
Da surdina discreta do teu beijo.
E o meu mundo interior todo se agita
Na ilusão de sentir-te recostada
No velho peito que por ti palpita.
Fonte: Blau, Zeca. Horas do meu ocaso. Edição Sulina, 1968, p. 95
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