quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

A cortina da visinha. (IMITADO DE GOETHE/Cabrião)


Da janella da casa da visinha

A cortina se agita lentamente;

Ella vai respirar o doce eflluvio

Da brisa, que sussurra brandamente.


Entreabe-se á furto a gelosia…

Como treme em meu seio o coração!…

Talvez procura ver si a espreito agora,

Accêso o olhar no fogo da paixão!


Porém, pobre de mim! O meu espirito

Agora na verdade se illumina!

A ingrata me não ama! - Era somente

O vento que brincava na cortina!


J.J.


Fonte: Cabrião: semanário humorístico editado por Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis: 1866-1867. Ed. fac-similar/introdução de Délio Freire dos Santos. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado: Arquivo do Estado, 1982, p. 175.


Reprodução fac-similar do original de 51 fascículos, publicado em São Paulo no período de 30 de setembro de 1866 a 29 de setembro de 1867.

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