sexta-feira, 3 de junho de 2022

Inacreditável (Programa Sala de Redação 29/05/1998)

 

SANT’ANA: (…) Em Capão Novo, uma das nossas praias aqui do litoral norte, ontem aconteceu o seguinte: o posto de saúde estava fechado e havia um aviso estampado na porta principal: “Fechado por motivo de doença”.


(…) Professor, eu, em Florianópolis, passei por uma funerária, de automóvel. Na parede do prédio tinha um enorme cartaz que dizia assim: “Funerária Caminho do Céu”. Então, parei o meu carro, desci e me aproximei. Um cartaz menor, colado na porta, dizia: “Fechado por motivo de falecimento do proprietário”.


LAURO QUADROS: O Sant’Ana tem mania de ler coisas absurdas. Hoje de manhã ele fez o seguinte: eram 7h25min quando ele entrou no programa do Rogério Mendelski.


KENNY: Então, Lauro, tu és um ouvinte fiel do Rogério Mendelski?


LAURO: É isso mesmo. Eu ouço só para me irritar, o Rogério sabe disso.


SANT’ANA: Pois o Rogério me disse que assiste ao programa do Lauro na TVCOM, o Estúdio 36, também para se irritar, pra dormir mal, tudo por puro masoquismo.


LAURO: Mas, voltando ao assunto, o Sant’Ana disse assim: “Entrei numa tabacaria em Turim, na Copa de 1990, comprei uma carteira de cigarros e, quando fui acender, o meu cigarro, o cara da tabacaria disse: ‘Fumar aqui, não!’ Isso mesmo. O cara falou: ‘Vetato fumare’.” Isso é inacreditável! Mas inacreditável mesmo foi o que eu vi aqui em porto Alegre. Um cara foi na farmácia, comprou uma camisinha-de-vênus e queria experimentá-la dentro da farmácia.


RUY: Acredite se quiser…


SANT’ANA: Eu contei que um motorista na estrada de Florianópolis fazia sinais. Seu caminhão estava parado no acostamento e ele parecia desesperado. Na parte traseira existia um letreiro grande com os seguintes dizeres: “Cuidado! Inflamável! Óleo diesel.” Então, eu parei meu carro e fui lá falar com o motorista.


- O que é que houve, meu filho? Por que estás parado na estrada?


- Faltou óleo diesel, meu senhor… (Risadas do grupo do Sala.)


Em Passo Fundo, entrei numa churrascaria enorme, parecia a churrascaria Mosqueteiro ou quem sabe a Nova Bréscia. Na parede, um enorme cartaz, havia um conselho da secretaria da saúde que dizia: “Não comas carne vermelha. Faz mal à saúde”. Isso é uma coisa inacreditááávelll!


Finalmente, em Sapucaia, na porta de um banco existia um cartaz que dizia assim: “Este banco não se responsabiliza pelos valores aqui depositados”. (Risadas gerais.)


E Sant’Ana gritava: É inacreditááávelll!


LAURO: Nas garagens aqui de porto Alegre, têm enormes letreiros dizendo que não se responsabilizam pelos automóveis lá guardados.


SANT’ANA: Não ouvi toda a história, mas parece que o Rogério Mendelski contou que em Lisboa o presídio fica na rua da Liberdade. E parece que lá existe um parque onde todo mundo faz cooper, caminham na mais plena liberdade, todo mundo muito alegre, e o parque se chama Parque da Opressão.


RUY: Pois em Lisboa, numa praça, existia o seguinte aviso: “Não pise na grama. Se não souber ler, pergunte ao guarda”.


KENNY: Mas isso aí que o Rogério falou não é inédito. O presídio mais temível e terrível da ditadura uruguaia, onde todas as pessoas que eram contra o regime eram massacradas, esse presídio se chamava Libertad.


LAURO: E o caminho certo para o hotel São Domingos, no Recife, onde se hospedava a Seleção Brasileira do João Saldanha, o caminho certo era a Rua do Hospício.


RUY: Outro dia, eu fui estacionar meu carro numa garagem aqui, bem próximo da Zero Hora. Dirigindo-me para a rádio, caminhando, vi o primeiro, o segundo e o terceiro carros, todos com seus vidros quebrados para levarem os rádios e toca-fitas.


SANT’ANA: Professor, agora vou lhe contar o que aconteceu naquele estacionamento que fica na rua Zero Hora, passando as oficinas. Eram 20h01min. Eu e mais 12 pessoas fomos buscar nossos carros nesse estacionamento. Pasmem! O portão do estacionamento estava fechado com um baita cadeado. O funcionário tem ordem expressa de fechar às oito horas em ponto, por causa da falta de segurança. Mas eu fico até as três horas da manhã escrevendo. E então? Pois, voltando ao assunto, o guarda do estacionamento puxou um gigantesco molho de chaves com 48 chaves, experimentou uma por uma, e nós ali aguardando. Sabem o que aconteceu? Nenhuma das chaves abria o cadeado. Inacreditááávelll!


Fonte: Coiro, José/Grabauska, Cléber. Sala de redação: a divina comédia do futebol. Porto Alegre: L&PM, 1998, p. 37/40.




Capa: Ivan Pinheiro Machado sobre ilustração de Edgar Vasques

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