sexta-feira, 21 de abril de 2017

OSMAR MELETTI E A CALIFÓRNIA ( PAULO DENIZ – Rádio Guaíba)



            A ligação afetiva de Osmar Meletti com a Califórnia da Canção começou já na primeira realização do evento, quando o criador do “Discorama” foi jurado da promoção e se confessava entusiasmado em sua coluna para o “Correio do Povo”, edição de 1º e 2 de janeiro de 1972, texto que viria a se tornar a informação da contracapa do LP da Primeira Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul.

            Até a oitava edição, em 1978, Osmar comparecia a todas e registraria, sempre com o mesmo entusiasmo, sua fé no evento de Uruguaiana. Quando a Rádio Guaíba, em 1977, transmitiu sua primeira Califórnia, Osmar estava conosco. Naquele ano, com a implantação de novos equipamentos pela CRT, tínhamos condições de dispor de um excelente circuito de transmissão entre a cidade de fronteira e a capital. Lembro-me bem de que Osmar vibrou com a possibilidade de transmitir a Califórnia, uma aspiração sua de muito tempo. Sua saúde precária, contudo, já não lhe permitia acompanhar todo o desenrolar do certame. Mas, na noite final, a meu lado e de Jayme Caetano Braun, ele registrou a vitória do “Negro da Gaita”, marco decisivo na conceituação da Califórnia em termos de comunicação. Hoje em dia, mais de 40 emissoras de rádio comparecem à promoção do CTG Sinuelo do Pago.

            No dia 27 de abril de 1979, ironicamente no aniversário da “Folha da Tarde”, Osmar falecia em São Paulo. Por determinações superiores, coube a mim substituí-lo no “Discorama”, uma semana depois.

            Com muita justiça, a partir de 1980, a direção da Califórnia decidiu homenageá-lo, dando o seu nome ao troféu oferecido à vencedora da Linha de Projeção Folclória. A partir de então, receberam o prêmio os compositores de “Semeadura” (Vitor Ramil e Fogaça), “Desgarrados” (Mário Barbará e Sérgio Napp), “Campesina” (Barbará e Napp) e “Caminhada” (Sérgio Rojas e Colmar Duarte). Com a decisão, a Califórnia deu a recíproca ao afeto que Osmar Meletti sempre dedicou a ela. Uma história de afetividade mútua que, em rápidas palavras, eu conto assim.
Fonte: Revista Tarca – Cultura Gaúcha – ANO I – Nº 00


Nenhum comentário:

Patrimônio Ferroviário no Rio Grande do Sul (Livro)

 Inventário das Estações (1874 - 1959) Downloads - 014 Livro Patrimônio Ferroviário no RS (4 partes em PDF) http://www.iphae.rs.gov.br/modGe...