sexta-feira, 21 de abril de 2017

VOZES RURAIS (João de Almeida Neto)


A música com a qual eu participei no 1º MUSICANTO, de Santa Rosa, é mais do que uma canção, é o posicionamento daqueles que conservam na criação musical as raízes da campanha de onde vieram. Dos que enfrentaram as picadas estreitas da difusão músico-cultural quando ainda não havia a consciência nativista que hoje há e que, abrindo caminhos tornaram possível cantar-se o Rio Grande de bombacha.

Hoje, dividimos democraticamente o cenário musical do Estado com a chamada “projeção folclórica” (invento californiano para identificar a música urbana) ou, se quiserem, a música popular do Sul. É o espaço aberto pelos que, não raras vezes, são chamados de retrógrados e conservadores que hoje está preenchendo o vazio cultural que o Rio Grande sentiu por longo tempo. Sou pela renovação consciente sem colocar em risco o atavismo tão caro e latente dos que cantam a terra e o homem do campo por uma identidade cultural.

Pretendi, com “Vozes Rurais”, chamar a atenção do grande público para que fiquem atentos no sentido de selecionar os que estão trazendo contribuições para a história musical do Rio Grande, e dos que aproveitam o embalo e a desinformação para “engrupir” uma música sem raízes e sem interesse cultural.

Por outro lado, penso que não será possível avançar na estrada da criação musical se não tivermos uma base sólida e definida da música gaúcha. Estaríamos construindo castelos no ar.

Felizmente, entre cantos estranhos estão eles “de bota e bombacha sustentando os padrões”. Para os que quiserem cantar junto aí vai:

“Dê-lhe boca a estas bocas cantoras”.


Fonte: Revista Tarca – Cultura Gaúcha – ANO I – Nº 00

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