No trote solto de viajeiro, o douradilho,
Entre perfis patriarcais de Estância,
Desenrodilha horizontes
Pra tecer a trama fina, cor de cinza, das distâncias...
Com o fio abstrato das léguas estiradas,
Na almofada verde-lindo das coxilhas,
As patas torneaditas e aparadas
Esmagando a pluma frágil das flechilhas
Brincam musicalmente como bilros.
Os vagalumes que se cruzam extraviados
Iluminando as lombas,
São como inquietos alfinetes de ouro
Marcando os arabescos na almofada...
E os cascos do flete no chão duro
Têm um rumor de bordão.
E eu vou cantando rimas crioulas da querência
Como se me acompanhasse um violão.
(Zeca Blau, Poncho e Pala, Sulina, 1966)
(Zeca Blau, Poncho e Pala, Sulina, 1966)
Nenhum comentário:
Postar um comentário