No lombo manso da coxilha,
ao sol de outubro fulvo e
quente,
lembra o perfil de um valente
guerrilheiro farroupilha.
É o último sobrevivente
sobre o campo da guerrilha!
Porém, se o vento minuano
Arrufa as ramas parelhas,
elas parecem gadelhas
de um menestrel campechano.
... Hay nos galhos araganos
como um ringir de cravelhas.
Aos gritos de ôpa... e oi...
oi...
vi flanquar-lhe hoje uma
tropa
que envultou nele e se foi,
vendo lá atrás a escura copa,
Penso num peão de tropa,
que ficou campeando boi.
Nos poentes rubros, mui
concho,
mescla-le um sangue espanhol,
e, barulhento, a tiracol
atira a volta do poncho.
Bate-le um resto de sol
pra ser baeta de poncho.
Na tarde quieta, à distância,
dominando o latifúndio,
soberbo, sem petulância,
num tranquito vagabundo,
parece o dono da Estância
que vem do Posto-do-Fundo.
Nas noites mornas de outono,
pra um rumo que compromete,
é um gauchito sem dono
ao tranco largo do flete,
Tosado com luxo e entono,
de firulete e topete.
Se o vento sopra mansinho
e inclina um galho pra o
chão,
é um domador que anda sozinho
repassando o redomão
É esse o gesto gauchão
de dá um tapa no focinho.
Mas, se o leste, bravo, o
arranca
da quietude em que horas
passa,
parece que sai pela anca
e enrola o poncho no braço.
Peleador velho de raça,
num duelo de arma branca...!
(Zeca Blau, Poncho e Pala, Sulina, 1966)
(Zeca Blau, Poncho e Pala, Sulina, 1966)
Nenhum comentário:
Postar um comentário