sexta-feira, 26 de maio de 2017

Versos dum Cruzador (Zeca Blau)



  
Ao vento, a ramagem frouxa
do cinamomo da frente
acena, alegre, pra gente
como às ordens da morocha.

que, de saia alva e anilada
clareia, longe, na porta,
como garça ensimesmada
à orilha duma água morta.

Só, no mais, do meu tostado
boleio a rédea e, despácio,
chego mais teso e entonado
do que governo em palácio.

Começa a recriminar:
- Por que foi tanta a demora? –
e eu sem escusas pra dar,
giro a roseta da espora...
..................................................
Desmanchando o olhar zangado
seu lábio pra o meu se estende,
e o beijo dela rescende
manjericão machucado...
(Zeca Blau, Poncho e Pala, Sulina, 1966)

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