quinta-feira, 27 de junho de 2019

A verdadeira janela (Carpinejar)



Quando o destino fecha uma porta, temos o costume de ajudar o azar e dar mais uma volta na chave. Terminamos nos trancando ainda mais. Aproveitamos para nos isolar ainda mais.

Entramos no modo conspiratório: o mundo está contra nós.

A paranoia é o mel para atrair coisas ruins.

Mas poderia ser diferente.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir o vestido da esposa.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma garrafa de vinho.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir um livro.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma lata de leite condensado.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir uma amizade.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir nossas gavetas e arrumar a bagunça.

Quando o destino fecha uma porta, poderíamos abrir a cabeça e parar de culpar o destino.

Fonte: Para onde vai o amor? Carpinejar. 4º ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015, p. 19


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