Este silêncio é prêmio que eu bendigo,
Quanta ventura nesta solidão!
Não ouço nunca neste teto amigo
A aspereza brutal do sempre – não!
Eu alongo meus passos neste chão,
Com essa imponência de um marquês antigo.
A mudez que me cerca é bendição
E esse é o manto imperial em que me abrigo.
Leio os meus livros. Como são diversos!
meu Eça de Queiroz das obras primas!
Bilac e Humberto, que primor de versos!
Esse recanto é todo um Eldorado,
Onde ao embalo musical das rimas
Eu esqueço as agruras do passado.
Fonte: Blau, Zeca. Horas do meu ocaso. Edição Sulina, 1968, p. 56
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