Sábado, 27 de abril
Estava costurando quando correu a voz que um senhor com malas vinha vindo.
Era o engenheiro Matias Costa Barros, de Alagoas, um velho com cara de bom. Veio conhecer o estabelecimento do Papai.
A Maninha acomodou-o no cottage. De noite fiz mate para ele. Queimou-se.
Revelei um rolo de negativos antes de ir para a cama.
Domingo, 28 de abril
Depois do serviço no galpão mudei de roupa e saí com o dr. Costa Barros, pela Granja afora. Mostrei os galinheiros, a pocilga, a horta, a Floresta, a alameda da Boa Viagem e os cavalos.
Aí a Maninha apareceu e nos acompanhou ao potreiro onde ele viu os guachos.
Fomos até o Capão da Capororoca e voltamos para almoçar.
O dr. Costa Barros deu-me umas pedrinhas maravilhosamente lisinhas e redondas, que ele trouxe da Cachoeira de Paulo Afonso, e um bonito cristal de rocha, tão límpido como água pura.
Fiquei muito contente. Ainda mais quando ele prometeu mandar-me um xisto betuminoso das minas de petróleo de Alagoas.
Depois do chá, cortei pasto no parque, com máquina. Escovamos os touros e terneiras Jersey importados.
De noite toquei fonógrafo para o dr. Costa Barros ouvir.
Fonte: Assis Brasil, Cecília. Diário de Cecília Assis Brasil, org. por Carlos Reverbel. Porto Alegre, L&PM, 1983, p. 44.
Capa: L&PM Editores sobre foto do Castelo de Pedras Altas, Rio Grande do Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário