Domingo, 24 de julho
O Boy e o tenente Iguatemi assistiram a uma zarzuela, no teatro de Melo. Faltou um tenor, sendo substituído por uma mulher...
O teatro estava repleto, Como suas cadeiras estavam ocupadas por um casal, Boy e o tenente acomodaram-se na primeira fila, junto à orquestra, numa posição em que o Iguatemi não conseguia evitar, por vezes, de cotucar o rabecão com o pé.
Ao lado deles sentou-se um gaúcho, de poncho e boina basca, que ria justamente nas partes trágicas. Nisto chegou o verdadeiro dono da cadeira.
O homem de boina teve que se mudar, mas esqueceu o poncho. Voltou para levá-lo. E como encontrasse dificuldade para aproximar-se, saiu-se com esta:
“Tuviera yo un lazo...”
Queria laçar o poncho por cima da cabeça dos espectadores.
Fonte: Assis Brasil, Cecília. Diário de Cecília Assis Brasil, org. por Carlos Reverbel. Porto Alegre, L&PM, 1983, p. 147.
Capa: L&PM Editores sobre foto do Castelo de Pedras Altas, Rio Grande do Sul.
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