Frutos, dão-os as árvores que vivem,
Não a iludida mente, que só se orna
Das flores lívidas
Do íntimo abismo.
Quantos reinos nas mentes e nas coisas
Te não talhaste imaginário! Tantos
Sem ter perdeste,
Sonhos cidades!
Ah, não consegues contra o adverso muito
Criar mais que propósitos frustrados!
Abdica e sê
Rei de ti mesmo.
6-12-1926
Capa: Marcellin Talbot
Fonte: Pessoa, Fernando. Poesia de Ricardo Reis. Coleção a obra-prima de cada autor (250). São Paulo: Editora Martin Claret, 2006, p. 102.
Nenhum comentário:
Postar um comentário