Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
Ou metade desse intervalo, porque também há vida…
Sou isso, enfim…
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.
Capa: Almada Negreiros (1954)
Fonte: Pessoa, Fernando, 1888-1935. Poesia de Álvaro de Campos. São Paulo: Editora Martin Claret, 2006. Coleção a obra-prima de cada autor. Série Ouro; 47, p. 370
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário